"É Fichinha"
“É Fichinha”
No
decorrer da vida, as pessoas têm o costume da inquietude, seja automático, seja
progressivo. Logo, elas não aceitam algum acontecimento e isso gera um
sentimento de frustração. Acontece que, ao longo da história, inúmeros líderes
passaram por momentos hercúleos e não reclamaram disso, pelo contrário,
transformaram o fato em benefício de uma ascensão coletiva.
Está revoltado com alguma pessoa
ou alguma circunstância? Lembre-se que Gandhi, em 1947, liderou e liberou a
Índia das garras da opressão Britânica, essa libertação não teve um dedo de
rebeldia por parte dos Indianos, tudo foi feito através de discursos pacíficos,
com amor e não violência. O único mal que ele fazia era para ele mesmo com seus
jejuns, como forma de protesto. O pacifista Martin Luther King já disse: “a escuridão não pode expulsar a escuridão;
apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode
fazer isso”.
Tem sentimento de injustiça?
Recorde-se que Jesus Cristo, ao ser julgado ao lado do criminoso/rebelde
Barrabás, foi condenado e Barrabás solto. Pôncio Pilatos, governador da Judeia,
não viu motivos para condenar Jesus, então resolveu delegar isso ao povo,
Judeus Ortodoxos, antes disso castigou o Messias para tentar comover a
população, não surtiu efeito. Na hora do julgamento, perguntou ao povo qual dos
dois deveria ser solto, escolheram Barrabás, um assassino e criminoso. E
Cristo? Crucificado por transmitir amor e a verdade, sem ter cometido crime
algum.
Sentindo um vazio interior? Algo que
você tem que suprir com o materialismo? Compulsividade? Siddhartha Gautama,
antes de se tornar o “Buda”, era um marajá na Índia, pertencia à casta mais
alta do povo Hindu, os Brâmanes. Possuía riquezas, casou, teve um filho, mas
tudo aquilo não fazia sentido, tinha que buscar algo abstrato. Com 29 anos
abdicou de tudo isso e aos 35 se tornou Buda, descobrindo a maior riqueza: o
Deus interior, que todos nós possuímos! Com medo? De algo ou alguém? Davi
venceu Golias com um estilingue, posteriormente se tornou Rei dos Hebreus.
Talvez a sensação contemporânea
mais acentuada nas pessoas seja a impaciência, um sentimento coletivo de
aprisionamento, face ao vírus global. Dizem que o humano leva 21 dias (três
semanas) para se adequar a uma determinada rotina. Bom, essa vivência coletiva
já passou por esse prazo, porém a permanência e, somada a falta de perspectiva,
faz renascer aquele sentimento do início do ano.
Nelson Mandela, também conhecido
como “Madiba”, uma das figuras mais iluminadas de todos os tempos, foi preso
por crime político, passou “só” vinte e sete anos na prisão. Reclamou? Não,
estudou muito nesse período. Regressou à sociedade um sábio natural e agora com
conhecimento. Quatro anos depois se tornou Presidente da África do Sul, teve
como grande desafio, pós-apartheid, diminuir as diferenças raciais. Utilizou o
esporte como meio de aproximação, jogadores da seleção de Rubby (filme “Invictus”)
começaram a se envolver com a população e tiveram êxito nessa tarefa.
É uma ideia que seria pertinente
no Brasil, poderia praticar o revezamento de dois jogadores, com pensamentos
políticos opostos, como capitães da Seleção Brasileira de Futebol, uma partida
para cada, contudo sempre demonstrando união e respeito. Mas temos jogadores
assim? Líderes?Aproximariam-se? Pode parecer utópico. A utopia pode se revestir
de fé e esperança, não deixa de ser um otimismo de que um futuro melhor está
por vir. Todos têm que acreditar em algo! Que tenham esses Mestres como
exemplos para as nossas batalhas diárias, lembremos que tudo é passageiro e que
tudo serve como aprendizado.
Marcell Schaidhauer
Barcellos
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