Na falta dos porquês
Na falta dos porquês...
Vive-se numa sociedade
diversificada de pessoas, isso da efeito na forma que elas compreendem a
maneira de encarar a vida. Entendimentos contrários tornam-se inevitáveis,
porque se pensássemos do mesmo jeito tudo seria igual e talvez nem precisasse
de diálogo, já que não teria a necessidade de expor, já se saberia o pensamento
do interlocutor. O que ainda, infelizmente, é incipiente em nossa civilização é
o respeito, ou a clara absorção de fraternidade.
As redes sociais fomentaram as
discussões acaloradas, uma vez que são uma ótima ferramenta de cristalizar a
sua manifestação. Entretanto, um radicalismo exacerbado tomou conta do
intrínseco dos indivíduos, isto é, não se aceita aquilo que é oposto a sua ótica
de vida. É válido e democrático não concordar com um dizer diferente, mas
esquecer de colocar as razões e substituir por agressões isso é inaceitável!
O debate produtivo é quando duas
pessoas que pensam sobre um determinado assunto, de maneira contrária,
apresentam os seus “porquês”, nunca se atacando, mas expondo os seus motivos!!!
Esse é o melhor “ataque”, e como se produz? Com o verdadeiro conhecimento e
informação. Nos últimos tempos, presenciaram-se atritos entre amigos,
familiares, conhecidos, desconhecidos, uns por não aceitarem o diverso já de
primeira (pistolas) e outros sem os “por isso” e partem, propositadamente, para
o assédio pessoal, com o fito de desestabilizar o emocional do “adversário”.
A agressão da individualidade é a
maior estampa do vazio intelectual do agressor, é como se ele dissesse: “acabou minha munição argumentativa, agora
irei nas tuas cicatrizes ou as inventarei”. Como isso? Com palavrões, dizeres
intempestivos, com coisas pretéritas, algo totalmente fora do debate inicial.
Isso sem falar no esquecimento da espera de falar e nos comentários simultâneos,
ou quem fala mais alto, como se isso fosse a “razão maior”.
O que se depreende é que numa
sociedade o respeito é primordial para uma convivência harmoniosa, porquanto opinião
diversa é algo natural e necessário numa civilização democrática. Aceite,
argumente, respeite o próximo. Ninguém é igual, o que deve ser mútuo é a
compreensão de se viver coletivamente.
Marcell Schaidhauer
Barcellos
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