À espera da reciprocidade
À espera da reciprocidade
Já pararam
para se perguntar, o que nos faz bem? E o que nos faz mal? Para se viver,
obrigatoriamente, temos que praticar tanto ações quanto omissões. No que tange
ao caráter ativo, quando alguém pratica algo, faz pensando em receber alguma
coisa em troca? Aquilo não sai automaticamente como uma ação benevolente? O
capitalismo exacerbado dominou o intrínseco do humano e tudo na vida é troca?
O sistema capitalista
veio para ficar, é necessário, não há como negar, porém ele deve se limitar em
sua competência. Talvez esteja aí o maior mal da humanidade: a obrigatoriedade
de receber de volta um ato de bondade, para agravar, isso é invisível. Pode ser
uma questão simplória, mas que, ao decorrer dos anos, vai tomando conta do
indivíduo. Numa determinada vez, você viu em seu trabalho um rapaz que não
possui gentileza alguma, ele nunca espera os outros, não segura uma porta para
alguém, certa vez você- tomado por indignação contra ele- começa a fazer o
mesmo com ele. Com o passar do tempo a reciprocidade negativa individual
torna-se coletiva e você está completamente contaminado.
Embora ele tenha essas
atitudes egoístas, você segue praticando gentilezas, principalmente para ele,
com o tempo, isso de uma forma ou de outra vai ilustrar a ele, agora será
tarefa dele mudar ou não. Mas a tua parte está feita. Para repassar o bem não é
necessário fazer julgamentos dos atores, faça-o, aquilo que deve prevalecer é a
impessoalidade. Lembre-se, seu maior inimigo é você mesmo! Sim, você, quem
passa a vida inteira com você? Terceiros passam em nossas vidas como o vento. Contudo,
os sentimentos internos podem permanecer, isso depende de nós.
Os
sentimentos negativos são nossos maiores algozes, quanto mais tempo e poder dermos
a eles, mais fracos ficaremos. Raiva, medo, ódio, apego, inveja, desconfiança,
vingança, ócio, etc. Toda essa bagagem é sua e não de outros, cabe a você NÃO
dar a energia a eles. Se você ficar fomentado-os, sua vida andará em círculos e
criará um buraco, e a vida passa, passa voando! Perceba isso, para se viver em
paz, e isso é a melhor coisa possível, deve-se primeiramente vencer a si mesmo.
Mas como fazer isso? Conhecendo-se, vendo o
que te faz mal e o que te faz bem, tudo é um processo, tudo é aprendizado. Já
dizia Lavoisier: “na natureza nada se
perde, nada se cria, tudo se transforma”.
As ações benevolentes
devem ser automáticas, naturais e não um contrato bilateral, que ocasiona “espera
de obrigações”, quando a bondade toma conta dos humanos, tudo ao redor se
beneficia, nem tudo está aos nossos olhos, não precisamos de provações, deixem
São Tomé de lado, somos ao mesmo tempo protagonistas e figurantes nesta Terra.
Conforme já disseram: “quando eu mudo o Mundo muda”. Façam e acreditem nisso.
Marcell Schaidhauer
Barcellos
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