"A Dança"

 



“A Dança”

 

                              Muito se dialoga a respeito de karma e dharma, nesse texto se tentará demonstrar os ensinamentos do livro Bhagavad Gita, em que o Deus Vishnu desceu à Terra como  avatar Krishna e conversa com Arjuna durante o início de uma iminente guerra na Índia entre duas famílias: os Pândavas e os Kauravas.

 

                              Fazendo uma breve introdução acerca da guerra, os Kauravas e Pandavas eram primos, os Kauravas não aceitavam a presença dos Pandavas e queriam todo o Reinado para eles, antes de se iniciar a guerra, já com todas as tropas em prontidão, o príncipe Arjuna (Pândava) reluta em pelear contra os seus primos, tios, mestres. Ele não via sentido guerrear contra alguém do seu sangue, saborear uma vitória com o sofrimento de um ente próximo. Então, Krishna, que era seu cocheiro, interveio lhe passando vários ensinamentos.

 

                              Krishna disse: “O dever de um soldado é combater, e combater bem. Se você desistir dessa luta, vai cometer um grande crime contra a sua honra, o seu dever e o seu povo. Homens de todos os lugares falarão de você com desprezo; a vergonha e a desonra são piores do que a morte para quem é nobre. Portanto, deixe para lá essa tristeza inútil pelos seus familiares”.

                   

                              Na longa conversa que mantém com Arjuna em pleno campo de batalha, Krishna o aconselha não só a lutar, mas a fazer isso sem qualquer apego às pessoas ou ao resultado do embate. Ele reitera para que o jovem guerreiro veja as coisas como elas são, e não como gostaria que fossem. Seus primos eram torpes. Seu avô, omisso. Seus tios e amigos se provaram coniventes e acomodados. Arjuna deveria lutar, porque este era o seu dever, a coisa certa a se fazer depois de todo o sofrimento que os Kauravas lhe causaram, o resto seria com ele.

 

                              Arjuna, ao não cumprir com seu propósito, estaria se desalinhando de seu dharma, ele é a verdade, é como se fosse um desígnio de cada Ser, uma linha reta que todos deveriam seguir como essência e como missão, ao sair dessa linha estaria causando karmas e tentando voltar a sua missão estaria praticando a lei de causa e efeito, lei de karma e dharma, uma “dança” do desvirtuamento para voltar ao seu real desígnio.

 

                               O karma não é castigo, é aprender através da dor para encontrar o caminho do dharma novamente, saindo da linha mais uma vez terá que passar pelo mesmo ciclo. Você é responsável por seus atos, o vitimismo é o maior desalinhamento dhármico, uma vez que coloca a responsabilidade num terceiro o seu próprio desalinhamento, alinhe-se por você! Há dores e dores, as mórbidas e as pedagógicas, saibam utilizá-las ao seu benefício!

 

                              Tudo aquilo que é, é eterno! A alma, o Atma, você ao cumprir com sua missão divina, logo estará cumprindo com seu dharma. Enquanto que, ao não cumprir com esse propósito, já que somos eternos, estará “dançando” com a linha do karma. O que vivemos é um jogo de ilusões, mas que tem um aprendizado a ser colhido, como também uma missão.

 

                              É como se a vida fosse um jogo de videogame ou de um tabuleiro. Você, para ganhar a partida, precisa ter algumas valências (força, determinação, tática, disciplina) o jogo não é real, mas essas virtudes sim. O jogo acaba, todavia essas características não saem de você, porque são eternas, isso transcende para a vida, para todas elas!! Nesse jogo da vida, quando apertar o botão final, você verá se valeu à pena.

https://espacogovinda.com.br/2017/10/16/5-licoes-do-bhagavad-gita-para-vencer-seu-pior-inimigo-voce/

Marcell Schaidhauer Barcellos

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