A naturalidade e o livre arbítrio

 




A naturalidade e o livre-arbítrio

 

                    Em nossa sociedade, as pessoas possuem a liberdade de escolha, tal autonomia vale para diversas frentes: sexualidade, religião, política, profissão. A despeito de existir inevitáveis antagonistas (pessoas ou situações) para essas atitudes, elas têm respaldo individual e, por certas vezes, coletivo, seja privado, seja eventualmente estatal. Em que pese, por vezes, alguns indivíduos queiram ceifar a naturalidade.

 

                    O texto se prolongaria se adentrasse em todas as frentes, então irá se debater de maneira mais específica. Na questão profissional, o sistema educacional atual não tem como diretriz a finalidade de alçar o dom de cada um, de “mergulhar” em cada indivíduo, mas, sim, de lançar na sociedade sujeitos praticamente semelhantes, isso gera uma “casca”, porque a pessoa não é ela mesma, necessitando de um “empurrão”, bem como uma disputa árdua de mercado, pelo fato de que vários iriam para a mesma área.

 

                    Na questão sexual isso não é diferente, talvez “essa luta” interna seja mais acentuada do que a profissional. Pode-se notar que há os que, felizmente, atingiram a sua real sexualidade e os que se confrontam todos os dias. Os que já se conhecem são afortunados interna e externamente, uma vez que estão bem consigo mesmos, mas também adquirem uma maturidade natural do seu gênero, bem como a bagagem de sua opção. Como assim? Por ex.: adicionam as características dos dois lados, ou seja, numa situação a pessoa pode acumular a sensibilidade feminina com a iniciativa masculina.

 

                    Por outro lado, existem aqueles que não querem aceitar essa naturalidade que floresceu ao longo do tempo. Ao negar sua real sexualidade, torna-se uma pessoa frustrada e o pior, acaba descontando em terceiros que não tem culpa alguma. Essa fuga pode ser com casamentos (heteros) de fachada. Essa pessoa só terá paz, e todos ao seu redor, ao retirar essa “máscara”, uns passam a vida sem fazê-lo, todavia todos têm a liberdade de escolha, mesmo que não seja a sua verdadeira.

 

                    Numa de suas jornadas, Jesus Cristo e seus apóstolos foram expulsos de um vilarejo, Pedro Simão, um dos apóstolos, queria saber de seu Mestre o porquê de não usar o seu poder e intervir na negação dos moradores, o Messias disse: “Nem Deus, muito menos eu, pode intervir no livre-arbítrio das pessoas, se elas não querem ser curadas é sua decisão e nós devemos respeitá-las”. Pedro continuava sem entender e perguntou: “mas como? Elas devem crer em Deus, todos devem amar a Deus”. Jesus então falou: “Elas têm a escolha de amar, aliás, Deus dá a opção aos Seres tanto para amá-lo quanto para odiá-lo”. “Pedro, mais confuso ainda, exclamou:” Odiar a Deus!? Mestre, estás louco!?”Cristo finalizou:” Se Deus impusesse a todos que o amassem, seríamos escravos dele e não seus filhos”.

 

                    Deve-se respeitar a opção de cada um, mesmo que- no seu entender- seja a mais excêntrica possível, muito embora exista um radicalismo que queira “matar” a naturalidade de gênero. Sobre um prisma geral, trazer diretrizes amplas para o Ser “sinônimo”, contudo, principalmente, ter a sensibilidade de que somos, de fato, em sua essência, Seres únicos.


Marcell Schaidhauer Barcellos

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